Edilene Candido
Edilene Candido

Como se preparar emocionalmente para morar no exterior?

Como se preparar emocionalmente para morar no exterior?

A partir do momento que decidimos mudar de país, algo muda dentro de nós. Uma mistura de empolgação com medo, ansiedade com receio, alegria com tristeza. Por isso, é preciso se preparar emocionalmente para morar no exterior.

Planejar, desmontar casa, guardar dinheiro, buscar um novo lar, tudo isso pode causar um grande estresse pessoal e familiar, já que não é um processo simples, mas com preparação e planejamento, é possível passar por ele.

Continue neste post para conversarmos melhor sobre isso! 

Índice do post:

O sonho de morar no exterior

Sim, é um sonho. A maioria das pessoas que têm vontade de morar no exterior não deixa isso de lado. Pode demorar alguns anos, mas a gente sempre acaba dando um jeitinho de conquistar esse desejo.

Eu e meu marido sempre falamos a respeito. Era um sonho dos dois. O tempo passou, os filhos vieram, achávamos que não seria mais possível, mas quando a primeira oportunidade apareceu, abraçamos e não deixamos escapar.

Minha mudança levou quase 2 anos para acontecer, desde que tomamos a decisão. O sonho de ter mais qualidade de vida e uma expeirência em outro país, seja para nós, adultos, ou para nossos filhos, foi maior do que as dificuldades no processo.

Mas para que isso dê certo precisamos organizar o passo a passo. Como chegaremos legalizados, como faremos com os bens que temos no Brasil, como faremos para nos sustentar logo no início, como contaremos para a família etc..

E toda essa movimentação pode resultar em momentos de estresse, sofrimento, indecisão, medo. Por isso, além da preparação prática, das coisas burocráticas e do dia a dia, é necessário se preparar emocionalmente para morar no exterior.

Fatores estressores durante a jornada migratória

São vários os fatores estressantes durante uma experiência migratória. Conforme relata a psicóloga Beatriz Zanetti, imigrante na Bélgica, os mais comuns, são:

  • Solidão: a falta da família e de uma rede de apoio;
  • Esforço em se adaptar: com uma vida nova, você precisa criar novas relações, ter novos hábitos e se habituar com uma nova cultura;
  • Possibilidade de fracasso: o medo de não conseguir e ter que voltar para trás sem atingir o objetivo;
  • Medo: receio de ser pego quando se vive de forma irregular em outro país.

Além disso, os imigrantes podem acabar passando por situações que afetam o bem-estar psicológico e emocional, como sensação de vulnerabilidade, falta de rede social adequada, discriminação, e trabalhos precários. 

Preparação emocional para morar no exterior

Ainda segundo a psicóloga, podemos nos preparar emocionalmente para enfrentar os novos desafios que virão quando decidimos morar no exterior.

Alguns fatores são essenciais para minimizar os gatilhos. São eles:

  • Autoestima e flexibilidade psicológica;
  • Percepção de aprendizado a partir de mudanças;
  • Planejamento realista que possibilite a manutenção do padrão de vida;
  • Adesão a serviços de apoio psicológico.

A tabela abaixo ilustra bem os fatores de risco x os fatores de proteção:

Fatores emocionais
Fonte: Blog da Beatriz Zanetti

Ações importantes para quem tem o sonho de viver no exterior

Para auxiliar ainda mais as pessoas que têm o sonho de viver no exterior a se preparar melhor, Beatriz Zanetti elencou 8 ações importantes que cito abaixo.

1 – Aprofundamento no autoconhecimento. Tenha bem claro quais são suas qualidades, pontos de desenvolvimento, raízes culturais, todos os seus princípios e valores que você não abre mão.

2 – Identifique seu objetivo de vida. É este objetivo que vai te nortear durante seu caminho.

3 – Saiba também o porquê você quer viver no exterior. Liste os motivos que te levam para isso.

4 – Envolva a família no processo. Quem irá se mudar com você deverá auxiliar nas etapas de preparação. Assim, os filhos, pais, etc, entenderão quais benefícios terão com a mudança. 

5 – Cuidado com as expectativas: não existe paraíso. Você imagina uma melhor qualidade de vida, acesso à saúde, à educação, uma vida com mais segurança, mas lembre-se que o outro país também tem suas particularidades. Veja se a cidade realmente atenderá suas necessidades.

6 – Não se limite. Quando você abre seu coração e sua mente para conhecer e aproveitar o novo, a possibilidade de a mudança ser menos dolorosa é ainda maior. 

7 – Pratique a compaixão, sobretudo com você mesmo. Entenda que deixar a família, amigos, carreira pode te trazer sofrimento, mas tente acolher seus sentimentos.

8 – Desenvolva a flexibilidade psicológica. Isto é, ter tranquilidade para lidar com o contexto que lhe é apresentado, sem fugir das dificuldades ou dos desafios.

Como imigrante, eu posso dizer: mudar de país não é algo fácil. Passamos por experiências que nunca imaginamos em nossa vida. Porém, quando entendemos que esta foi a melhor decisão, tudo fica melhor e mais leve. Foque nos pontos positivos e isto trará um enorme bem estar.

E aí, quando você vai se mudar? Abaixo deixarei um vídeo que gravei para meu canal no Youtube sobre como tirar seu visto!

Até a próxima,

Edilene Gualberto.


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