Abertura de conta bancária em Portugal
O artigo aborda de maneira completa os requisitos e documentos necessários para que estrangeiros, sejam residentes ou não, possam abrir…
Comprar um imóvel em Portugal é um sonho para muitos brasileiros. Este guia detalha cada etapa do processo, desde a verificação da possibilidade legal de compra, passando pelos passos essenciais, documentação necessária, média de custos do metro quadrado, até o funcionamento dos créditos habitação. Conheça todos os detalhes para realizar a compra de uma casa em Portugal com segurança e tranquilidade.
Sim, qualquer pessoa, incluindo brasileiros, pode comprar casa em Portugal. Não há restrições específicas para estrangeiros na compra de imóveis no país. No entanto, é essencial seguir os procedimentos legais, que incluem a obtenção de um Número de Identificação Fiscal (NIF) e, em alguns casos, a abertura de uma conta bancária no país. A contratação de um advogado ou solicitador pode ser útil para garantir que todas as etapas do processo sejam realizadas corretamente.
O NIF é necessário para qualquer transação financeira em Portugal, incluindo a compra de um imóvel. Pode ser obtido em uma repartição das Finanças, e é recomendável a assistência de um representante fiscal.
Embora não seja obrigatório, abrir uma conta bancária em Portugal facilita a transação e a gestão financeira, incluindo o pagamento de impostos, que devem ser pagos em banco português, e serviços.
Realize uma pesquisa detalhada para encontrar o imóvel que atenda às suas necessidades. Pode ser útil contar com a ajuda de uma imobiliária para conhecer melhor o mercado e as opções disponíveis.
Após encontrar o imóvel desejado, negocie o preço e as condições da compra. Normalmente, assina-se um Contrato de Promessa de Compra e Venda (CPCV), onde se paga um sinal (depósito) para assegurar a transação. Mas tudo vai depender da negociação com o comprador. Alguns não exigem o sinal, outros exigem a entrada total (se tiver parte financiada).
Certifique-se de que toda a documentação do imóvel está em ordem, incluindo a certidão permanente, caderneta registo predial, licença de utilização e todos os documentos dos vendedores. A contratação de um advogado pode ajudar a garantir que não haja problemas legais.
Caso precise de financiamento, é necessário solicitar um crédito habitação junto a um banco. Apresente a documentação exigida pelo banco, que inclui comprovação de rendimentos, NIF, documentos pessoais, entre outros. Sugiro primeiramente obter uma pré-aprovação do crédito para depois buscar o imóvel.
A escritura pública é o documento final que oficializa a transferência de propriedade. É assinada num Cartório Notarial, Plataforma Legal ou celebrada por um advogado, e envolve o pagamento do preço restante do imóvel e das taxas associadas (como IMT e IS).
Após a assinatura da escritura, é necessário registrar o imóvel em seu nome na Conservatória do Registo Predial. Esse registro garante a legalidade da transação e a segurança da propriedade. Será emitida a certidão permanente em seu nome e depois faz o registro nas Finanças e será emitida a caderneta predial.
É importante ter atenção aos custos dos pagamentos dos impostos relacionados à compra do imóvel. Isso inclui o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), o Imposto de Selo e o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)*, que é anual e incide sobre o valor patrimonial tributário do imóvel.
Geralmente, no dia da assinatura da escritura, você já recebe as chaves do imóvel e, a partir daí, pode iniciar o processo de mudança.
Caso você não tenha ainda residência em Portugal, terá de nomear um representante fiscal que poderá ser, por exemplo, o seu advogado.
* Em Portugal existe uma isenção de 3 anos para o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) aplicável a imóveis destinados a habitação própria e permanente. Esta isenção significa que durante os primeiros três anos após a aquisição do imóvel, os proprietários estão isentos de pagar o IMI. No entanto, é importante verificar as condições específicas e garantir que o imóvel se qualifica para esta isenção, pois existem critérios a serem cumpridos para beneficiar deste benefício fiscal.
A média de custos do metro quadrado em Portugal varia consideravelmente conforme a localização e o tipo de imóvel. Em áreas metropolitanas como Lisboa e Porto, o valor é significativamente mais alto em comparação com outras regiões do país.
Aqui você vai entender as diferenças entre distrito, concelho e freguesia que pode facilitar na hora de escolher o local da compra do imóvel.
Em Lisboa, o preço médio do metro quadrado pode ultrapassar os 4.000 euros em bairros centrais e turísticos, como Chiado, Príncipe Real e Avenida da Liberdade. Nos arredores da capital, como Amadora e Loures, os preços tendem a ser mais acessíveis, situando-se entre 2.000 e 3.000 euros por metro quadrado.
No Porto, a segunda maior cidade do país, o custo médio do metro quadrado no centro histórico e nas áreas nobres, como Foz do Douro, pode variar entre 3.000 e 4.000 euros. Contudo, em zonas mais periféricas, como Matosinhos e Vila Nova de Gaia, os preços são mais baixos, situando-se entre 1.500 e 2.500 euros por metro quadrado.
Em outras regiões de Portugal, como o Algarve, conhecida pelas suas praias e clima ameno, os preços podem variar amplamente. Nas áreas turísticas mais populares, como Albufeira e Lagos, o metro quadrado pode custar entre 2.500 e 3.500 euros.
No entanto, em zonas menos procuradas, os valores podem ser bem mais reduzidos, ficando entre 1.500 e 2.000 euros por metro quadrado.
No interior do país, os preços do metro quadrado são significativamente mais baixos. Em cidades como Coimbra e Évora, os valores médios variam entre 1.000 e 2.000 euros.
Já em áreas rurais e menos densamente povoadas, o custo pode ser ainda menor, frequentemente abaixo de 1.000 euros por metro quadrado.
Como pode imaginar, a escolha da região vai depender muito do seu estilo de vida e o objetivo de viver em Portugal. Aqui eu falo mais sobre as regiões do país.
Os valores acima são indicativos e podem variar conforme o estado do mercado imobiliário, a oferta e a demanda, bem como a condição e características específicas de cada imóvel.
Ao pensar na compra de um imóvel em Portugal, provavelmente precisará de um financiamento bancário. Por isso, pode ser viável recorrer a um banco ou uma instituição financeira.
Residentes costumam receber financiamento que pode cobrir entre 80% e 90% do valor do imóvel, enquanto estrangeiros geralmente têm acesso a entre 70% e 80% de financiamento por parte das instituições financeiras.
Quanto às taxas de juros, os bancos em Portugal geralmente oferecem duas modalidades: fixa e variável. A taxa fixa permanece constante ao longo do contrato, enquanto a taxa variável pode mudar ao longo do tempo, dependendo das flutuações da Euribor.
Em alguns casos, a contratação de um advogado ou de um intermediário de crédito pode facilitar o processo, especialmente na tradução e compreensão dos documentos e termos do contrato.
Além dos bancos tradicionais, existem instituições financeiras e empresas de crédito especializadas em oferecer financiamento para estrangeiros, muitas vezes com condições mais flexíveis ou específicas para não-residentes.
Recomenda-se comparar as ofertas de diferentes bancos e instituições financeiras. Então, utilizar simuladores de crédito habitação online pode ajudar a ter uma ideia das condições oferecidas e dos custos totais do empréstimo.
Obter crédito habitação em Portugal como estrangeiro é possível, mas envolve seguir passos específicos e atender a certos requisitos. Portanto, com uma preparação adequada e a escolha correta da instituição financeira, o processo pode ser relativamente simples e transparente.
Comprar uma casa em Portugal como forma de investimento pode ser uma boa ideia por várias razões. O mercado imobiliário português tem mostrado um crescimento consistente nos últimos anos, especialmente em áreas urbanas e turísticas.
No entanto, como em qualquer investimento, é importante realizar uma análise detalhada do mercado, considerar a localização do imóvel, os custos associados (como impostos e manutenção), e ter uma estratégia de gestão e rentabilização do imóvel para maximizar os retornos financeiros a longo prazo.