Abertura de conta bancária em Portugal
O artigo aborda de maneira completa os requisitos e documentos necessários para que estrangeiros, sejam residentes ou não, possam abrir…
foto autor: josh willink/ pexels
Resumo: “Como preparar minha saúde mental para ser um imigrante” deveria ser o topo da lista na vida de qualquer pessoa que tem o desejo de morar fora.
O processo de migração traz diversos desafios emocionais, como choque cultural, saudade, solidão e estresse. Mas grande parte das pessoas só se preocupa com a burocracia, ou seja, os meios práticos de como vai atingir.
Neste artigo, exploramos estratégias eficazes para manter a saúde mental ao migrar, destacando a importância do autocuidado durante essa transição.
Na conclusão, discutimos como preparar a mente para uma nova vida em outro país, ajudando os futuros imigrantes a enfrentarem essas mudanças com resiliência e crescimento pessoal.
Índice do Post:
Quem nunca sentiu aquele frio na barriga quando pensou em morar fora? É sempre um misto de emoções, dúvidas, medos, expectativas!
Muita gente acompanha nas redes sociais a “vida de novela” de outras pessoas que vivem fora, mas só quem saiu do país conhece de perto a mistura de sentimentos, os altos e baixos, e muitas vezes nada novelescos!
Mudar de país é uma experiência que pode ser transformadora, mas também traz consigo uma série de desafios emocionais que muitos imigrantes não antecipam completamente.
A adaptação a uma nova cultura, a distância da família e amigos e o enfrentamento de barreiras linguísticas, são apenas alguns dos fatores que podem impactar o bem-estar emocional de quem se aventura a viver em um país diferente.
A psicóloga Beatriz Zanetti, psicóloga, especialista em desenvolvimento emocional para quem pretende morar no exterior, destaca alguns aspectos essenciais para manter a saúde mental durante essa transição, fundamentados em três pilares: sono, alimentação e cuidados físicos. Além disso, ela ressalta a importância de exercitar a paciência, já que muitas situações serão diferentes das vividas no país de origem. Outro fator fundamental é a disposição para o novo. “É essencial manter a flexibilidade e adotar uma postura de abertura e descoberta frente às novas experiências”, afirma Beatriz.
Neste contexto, é importante estar preparado para lidar com as emoções que surgem ao longo desse processo. A seguir, exploramos alguns dos principais desafios emocionais enfrentados por imigrantes e o que se pode esperar ao mudar de país.
Um dos primeiros desafios emocionais que os imigrantes enfrentam é o choque cultural. Isso ocorre quando as normas, valores e práticas do novo país são significativamente diferentes do que se está acostumado.
O choque cultural pode levar a sentimentos de confusão, frustração e até mesmo de isolamento. Coisas simples, como as interações sociais cotidianas, podem se tornar estressantes quando não se entende completamente as regras não-ditas de uma nova cultura.
Uma dica importante é: procure saber sobre comportamentos da população do país que pretende migrar. Não espere encontrar apenas pessoas parecidas com você e do seu país de origem!
A distância da família e dos amigos é outro grande e significativo desafio emocional.
A saudade pode ser avassaladora, especialmente em momentos importantes como festas e aniversários, quando se sente a ausência dos entes queridos de forma mais intensa. Essa sensação de perda pode levar à solidão, um sentimento comum entre imigrantes, que muitas vezes se veem sem uma rede de apoio inicial no novo país.
Dica: procure grupos de brasileiros no Facebook ou whatsapp do país que pretende ir. É um bom pontapé para ir buscando informações sobre o novo local, mas serve para criar uma nova rede também.
Se o imigrante não é fluente no idioma local, essa barreira pode ser um dos maiores obstáculos a superar. A dificuldade de se comunicar pode levar a mal-entendidos, frustrações e um sentimento de impotência. Mesmo para aqueles que têm algum domínio do idioma, o sotaque, as expressões idiomáticas e as diferenças regionais podem representar desafios contínuos.
É fundamental ter um conhecimento básico do idioma local ou do inglês antes de mudar para um país de língua diferente. Mesmo em Portugal, onde o idioma é semelhante ao do Brasil, familiarizar-se com algumas expressões e diferenças linguísticas pode fazer toda a diferença ao chegar.
Imigrantes muitas vezes enfrentam uma crise de identidade ao tentar se adaptar a uma nova cultura sem perder sua própria. Há uma tensão entre manter as tradições e valores do país de origem e adotar os do novo lar. Esse dilema pode gerar confusão interna e um sentimento de não pertencer completamente a nenhum dos dois mundos.
Afinal, sair de um e não pertencer ao outro, é algo muito comum logo que migramos.
É inevitável esse sentimento logo no início.
Agora, ser resistente à cultura do país que você vai viver só vai dificultar a adaptação. Por isso, entregue-se ao novo, experimente novas comidas, participe de festas locais, esteja aberto à mudanças e evite comparações.
Foto: RDNE Stock project/ Pexels
A imigração é um processo cheio de incertezas, desde a adaptação às novas leis e políticas até a busca por emprego e moradia. Essa incerteza pode gerar altos níveis de estresse e ansiedade em algumas pessoas com tendência a estas emoções.
A sensação de instabilidade, combinada com as pressões para se integrar e ter sucesso, pode ser emocionalmente desgastante.
Importante no meio da “avalanche” de afazeres e burocracia manter a mente com coisas boas, buscar ajuda psicológica ou até médica.
Técnica do 1/1: você tira 1 dia para resolver burocracia e o dia seguinte para diversão. Ou seja, se tiver essa possibilidade ponha em prática, por exemplo, um dia vai a qualquer órgão tratar de documentos, no dia seguinte visite um novo parque, um museu ou conheça mais um lugar na cidade nova. Gostou da sugestão? Pratique!
Equilíbrio emocional é essencial na chegada em um novo país.
Muitos imigrantes enfrentam discriminação e preconceito no novo país, o que pode afetar gravemente sua autoestima e saúde mental. Ser tratado de forma diferente ou injusta por causa da origem, cor da pele, sotaque ou status migratório pode levar a sentimentos de alienação e inferioridade.
O preconceito é uma realidade presente em diversas partes do mundo e Portugal não seria diferente.
Contudo, é essencial evitar generalizações e analisar com menos emoção situações que acontecerem com você.
Algumas pessoas podem reagir de maneiras distintas ao comportamento de outras culturas, e nem todos possuem a simpatia característica dos brasileiros. No entanto, a “falta de calor” nas interações não implica necessariamente em preconceito, discriminação ou em um tratamento negativo devido à sua condição de estrangeiro.
Apesar dos desafios, a experiência de imigração também pode ser uma oportunidade poderosa para o crescimento pessoal. Imigrantes frequentemente desenvolvem uma resiliência emocional significativa ao enfrentarem e superarem essas dificuldades. A capacidade de adaptação, a valorização de novas perspectivas e a ampliação da compreensão cultural são alguns dos benefícios emocionais que podem emergir desse processo desafiador.
Toda dor traz um crescimento e por isto, é fato que nos tornamos mais fortes e experientes quando saímos do nosso país.
foto: Andrea Piacquadio/ Pexels
Para se preparar por essas águas turbulentas, é essencial adotar estratégias que ajudem a preservar e fortalecer a saúde mental durante essa transição.
Já falei desse tema nesse artigo aqui e você deve ir lá conferir também outras dicas! E veja estas:
Uma das estratégias mais eficazes para manter a saúde mental ao imigrar é construir e manter uma rede de apoio, tanto no novo país quanto em sua terra natal. Amigos, familiares e até mesmo colegas de trabalho podem oferecer suporte emocional, conselhos práticos e uma sensação de pertencimento.
Participar de grupos locais de expatriados, clubes ou organizações comunitárias também pode ajudar a criar novas conexões sociais, reduzindo a sensação de isolamento.
Um dos conselhos da terapeuta Beatriz Zanetti é buscar grupos de atividades físicas com os quais a pessoa se identifique, pois essa pode ser uma ótima maneira de se integrar socialmente e, ao mesmo tempo, se exercitar. “Se você fazia parte de clubes de corrida, gosta de praticar pilates, yoga ou dança, tentar se inserir nesses ambientes no novo país é uma excelente oportunidade para começar a construir uma rede de contatos”, sugere Zanetti.
Não hesite em procurar ajuda profissional se estiver enfrentando dificuldades emocionais. Psicólogos, terapeutas e conselheiros especializados em questões de imigração podem oferecer suporte personalizado e estratégias específicas para lidar com os desafios emocionais que surgem durante o processo de imigração. Muitas vezes, as embaixadas e consulados também podem indicar profissionais que falem seu idioma.
Incorporar práticas de mindfulness, como meditação, respiração profunda e ioga, pode ser extremamente benéfico para a saúde mental. Essas técnicas ajudam a reduzir o estresse, promovem o relaxamento e aumentam a capacidade de lidar com situações desafiadoras.
Praticar atividade física também pode contribuir muito.
Dedicar alguns minutos do seu dia a essas práticas pode fazer uma grande diferença em como você gerencia as pressões e expectativas associadas à vida em um novo país.
Em muitos países, essas técnicas são aplicadas em parques abertos ao público. Procure se informar na cidade que for morar. É uma maneira de se integrar à comunidade local.
Autocuidado é um conceito essencial em qualquer fase da vida, mas torna-se ainda mais vital durante o processo de imigração.
Imigrar não é apenas uma mudança de endereço; é uma transformação profunda que afeta todos os aspectos da vida – emocional, social e física.
O autocuidado é a prática de priorizar sua saúde e bem-estar, de se valorizar como pessoa, garantindo que você tenha a energia, resiliência e segurança necessárias para enfrentar os desafios da imigração.
Durante o processo de imigração, é fácil sentir-se sobrecarregado pelas múltiplas demandas e expectativas. Reconhecer seus limites é o primeiro passo para o autocuidado. Não se sinta pressionado a se adaptar instantaneamente ou a realizar todas as tarefas de uma vez. Dar-se permissão para desacelerar e cuidar de si mesmo pode prevenir o esgotamento emocional e físico.
Também não é saudável se espelhar em pessoas que estão super adaptadas. Cada pessoa tem seu tempo. Respeite o seu. Não se cobre tanto.
A saúde mental e a saúde física estão relacionadas, não é novidade! Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e garantir uma boa qualidade de sono são aspectos fundamentais do autocuidado. A atividade física, em particular, libera endorfinas, que ajudam a combater o estresse e melhorar o humor. Além disso, visitas regulares a médicos e profissionais de saúde ajudam a garantir que você está fisicamente apto para enfrentar as demandas da imigração.
Segundo a psicóloga Beatriz Zanetti, “há uma base essencial para a nossa saúde, que envolve cuidar da qualidade do sono, da alimentação e do bem-estar físico. Manter esses três pilares durante o processo de imigração é fundamental”. Em outras palavras, mesmo com a correria que essa nova fase pode trazer, é crucial organizar-se em torno desses pilares para preservar o equilíbrio mental ao longo da adaptação.
Preservar laços com sua identidade cultural pode ser uma fonte de conforto e autocuidado. Cozinhar pratos tradicionais, celebrar feriados e rituais do seu país de origem ou manter contato regular com amigos e familiares são formas de se reconectar com suas raízes. Isso não só ajuda a aliviar a saudade, mas também reforça sua identidade em um contexto de novas experiências e desafios.
mbém, pessoas que a gente conheceu, confiou e conseguiu deixar nossos filhos em alguns momentos para fazer também coisas só nós, porque também eu acho que afeta muito a relação do casal. Ficar o tempo inteiro nessa rotina de só trabalhar e gerir a casa e filhos.”
Ao se preparar para uma nova vida em outro país, é fundamental cultivar uma mentalidade aberta e flexível. A adaptação cultural exige paciência, resiliência e a disposição para aprender com as diferenças. É importante reconhecer e respeitar as normas e costumes locais, evitando comparações constantes com o país de origem. A compreensão de que o processo de adaptação pode ser desafiador, mas enriquecedor, ajuda a enfrentar os obstáculos com mais leveza. Estabelecer novas conexões e criar uma rede de apoio local também são passos essenciais para se sentir mais integrado e seguro nesse novo ambiente.
Contribuiu para este artigo: Beatriz Zanetti, Mestre em Educação para Carreira pela Vrije Universiteit Brussel, formada em Psicologia pela Universidade de Brasília, especialista em Terapia cognitivo comportamental. Já morou em 5 países nos últimos 11 anos e decidiu imigrar para a Bélgica, mãe de Esther com 1 mês de vida.